Amanhã
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© Julia Lametta |
o telefone grita ecoa
no vazio
o cigarro queima a vida
em mortalhas se
amanhã viesse
algum sentido faria
ontem devora o tempo
tudo engole
a
garrafa vazia ri
sem perguntas
a parede escuta
o silêncio do riso
hoje é ontem
amanhã é nunca
o telefone atende
o nada:
espera sentado
sem pressa
se
ontem fosse hoje
&o telefone tocasse
amanhã
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