Lisboa
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© José Manuel Costa, Lisboa que Amanhece, 2024 |
Todas as
ruas
conduzem
ao Tejo,
conduzem
a nada,
as pedras,
os sonhos,
um eco
volante.
Quem disse:
Lisboa, Tejo e Tudo?
Paredes murmuram cada estória do mar,
o horizonte se fecha - o silêncio profano
navega o vazio: - gaivotas traçam o grito
no céu,
mapa jamais desenhado: - Paleta
de humores, dias de sol e chuvas, roteiro
d’almas em rasgos de tintas, um diário de
uma cidade onde até o ar se torna ilusão
cada vez que respira. Quem és Lisboa se
não labirinto? Cada presente é 1 passado
onde
cada esquina é um lembrete de que,
mesmo até ao Tejo, não se chega sem ter
olhos bem abertos. Essa, a eterna viagem,
brisas ancestrais por essas ruas levam ao
Tejo, as suas veias tecendo o ardil de nós
mesmos, vozes na praça, marcas, passos,
calçadas, ecos, ruelas, quimeras, paixões
mal contadas, bilhete postal com azulejo.
Quem disse:
Lisboa, Tejo e Tudo?
Todas as ruas guardam segredo, e o Tejo
fita o silêncio no peito: - quem disse que
o fim é o rio? Se tudo termina, é sombra
e chão! Talvez Lisboa seja só momentos,
breve sopro que finge razão. Um telhado
& becos como eco de tudo, vazio repleto.
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