Nakba
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dores & memórias
em vozes perdidas
em terras onde a oliveira
compõe o lamento
de folhas &vento
as casas desvanecem ao nascer da manhã
a bertas à escuta ainda na poeira-sombra
cenas pintadas em telas de viva memória
uma mesa plena de risos cânticos suaves
celebrações e depois o silêncio - mudez
a ausência rente ao vazio do tempo
as noites sem estrelas dançam
em chamas -
fogueiras que cantam
ecos do passado cada chama um nome
cada brasa uma história:
as vozes cruzadas
um sussurro subtil do tempo entrelaça
cabelos & dunas
sonhos moldado sem ares
& as ondas levam consigo
a esperança o mar sempre o mar leva
as pegadas ensanguentadas nunca o amor
caravanas de exílio jornadas de incerteza
a busca de abrigos que
o sol alcance
onde as memórias venham
dançar sobre
o lugar onde o futuro é um poema
o último verso inacabado
assim a raiz frágil
se firma encontrando lugar entre pedra
verdades cativas da fragilidade do dia
cada vida um testemunho cada passo um
acto & resistência: o legado de uma terra
misteriosa & amada regada com lágrima
& o calor onde as memórias florescem
& a dor se transforma em força silenciosa
& se ouve mais alta que a tempestade
não somos espectros somos a luz
somos a história que abraça
o mesmo tempo
&espaço o mesmo sal que rega
a oliveira
o corpo perene da terra
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